Assim como em todas as Religiões existe um Livro Sagrado ou Bíblia, do mesmo modo os Gnósticos dispõem também de um Livro Santo; com algumas referências rápidas e resumidas sobre esse Livro, antecipamos que, para compreender o «espírito» de sua «letra», há que considerar a época e o sentido esotérico em que foi escrito. O que é o «Talmud» para os Semitas, o “Bagavad-Gita” para os Budistas, o “Alcorão” para os Muçulmanos, a “Bíblia” para os Católicos e Protestantes, é para nós outros a “Pistis Sophia”.
Esse Livro Sagrado nos informa que Jesus — o Cristo — depois de haver ressuscitado dos mortos, havia passado onze anos com seus discípulos para instruí-los nos Mistérios do Mundo Interno ou Mundo da Luz, com omissão, no entanto, de alguns pontos que os discípulos não estavam ainda capacitados a compreender. No duodécimo ano, porém, os discípulos estavam reunidos com o Mestre no Monte das Oliveiras, alegrando-se de haverem recebido D’Ele tôda a plenitude do Saber Iniciático. Era o qüinquagésimo dia do mês Tybi, o dia da Lua Cheia. O Mestre estava sentado à parte, quando ao surgir do Sol, os discípulos viram um grande rio de Luz de diversas tonalidades ver ter-se sobre Ele que nela subiu ao Céu deixando os discípulos em grande temor e confusão, enquanto que silenciosamente O seguiam com os olhos.