Vimos, de conformidade com a primeira lei do Kybalion, que tudo é pensamento, vibração mental, ensinam os Mestres da sabedoria integral, no laconismo sintético de suas clássicas definições.
“O Grande Todo é o pensamento de Brahma”, a Realidade única e Absoluta, rezam os textos sagrados e mais antigos da Índia.
Efetivamente, a própria Ciência Oficial não pode contestar que “extinto o pensamento, o Todo deixaria de existir e volveríamos ao Nada”.
O pensamento é uma força e, podemos acrescentar, uma das mais potentes, porque, como estabelece o Kybalion, “quanto mais sutil a emanação, mais expansiva e mais poderosa”.
O pensamento, como as demais emanações ou vibrações, propagam-se por meio de ondas, através do respectivo plano, isto é da zona equivalente à sua densidade.
Toda a vibração goza da natural propriedade de expansão. A telepatia é uma prova desse dinamismo. É o fenômeno que a sabedoria integral denomina alquimia mental ou transmutação do pensamento.
Assim como os metais e os elementos do pensamentos podem ser, voluntariamente, transmutados.
A execução desta fórmula nos permite a faculdade de intervir, por intermédio das emanações ou vibrações mentais, em qualquer plano do Universo.
Esta realização depende, exclusivamente, da força de vontade e do poder de energia mental de que disponha o operador.
Sem a posse integral desta força e deste poder toda a tentativa redunda na mais completo dos insucessos.
A essência do pensamento é chitta, diz o hindu, mas chita só adquire a função energética, que se lhe atribui, saturada de prana, a luz astral, a vitalidade, a energia eletromagnética, radioativa, a força cristônica.
Não constituem, portanto, absurdo, os ensinamentos dos Mestres Rosa-Cruz, quando se referem as curas mentais, psíquicas ou prânicas, que a Igreja Romana denominava milagres e a Ciência Oficial, Terapêutica Sugestiva.
O pensamento sendo coisa, como asseguram os orientais, goza de todas as propriedades atribuídas a matéria física. Possui, pelo menos forma, cor e som.
Os indivíduos dotados de faculdades hiperfísicas, que lhes permitem transcender os limites da percepção comum, assim o declaram e demonstram.
A Sra. Besant e o Sr Leadbeater legaram-nos um livro precioso em que estudam, detalhadamente, o extraordinário assunto.
Os pensamentos determinados pelo egoísmo, inveja ou avareza têm o formato de verdadeiras garras. Os produzidos pela cólera, ciúme ou rancor lembram reluzentes fagulhas. Os pensamentos devocionais são de um belo e delicado azul celeste. Os pensamentos afetuosos, cor de rosa claro. Os coléricos, vermelhos. Os oriundos do medo, cinzentos. Os espirituais, lilases. Os intelectuais ou melhor, puramente intelectuais, cor de ouro. E os de pureza e bondade, brancos ou mais adequadamente, argênteos.
A recíproca destes teoremas confirma-os, plenamente. A repetição de um som estridente, durante um certo espaço de tempo, produz irritabilidade e pensamentos decorrentes deste estado físico. Ninguém ignora a influência dos toques de clarim ou dos hinos nacionais sobre o ânimo dos soldados em combate.
O mesmo com relação a cor e ao formato. O azul claro, por exemplo, produz calma. É a cor adotada nos dormitórios dos nevropatas ou doentes de insônia fisico-nervosa. A ponta acerada e reluzente de qualquer arma branca faz recuar, instintivamente, os próprios animais.
Os pensamentos são transmissíveis a grandes distâncias. O estudo dos fenômenos telepáticos confirmam esta verdade. A glândula pineal é um perfeito aparelho emissor e o plexos solar, receptor.
A ciência oficial, apesar, dos progressos da endocrinologia, ainda está, longe de conhecer a função integral dessa glândula, dessa areia do cérebro, dessa janela de Brahma, como objetiva o simbolismo oriental.
A telepatia, a dinâmica do pensamento, não passou despercebida aos gregos; é a flecha de ouro de Abaris, de que Pitágoras falava a seus discípulos.
Vivemos a emitir e a captar ondas de pensamentos que se propagam no espaço.
A expressão popular refletir, na acepção de pensar, exprimir a realidade do fenômeno.
A teoria dos germens enquadra-se, perfeitamente, na origem dos pensamentos. O tratamento mental, a que aludem os Mestres Rosa-Cruzes, não tem outro fundamento, porquanto, serve-se, precisamente, dessa fecundação da mente, para alcançar o prodígio das suas curas maravilhosas, o seu processo mais notório e comum é a sugestão. A lei de analogia, a atração dos semelhantes, também não é esquecida na execução ou técnica do método. O poder da vontade, aliado a concentração mental, todo o tempo e esforços serão inteiramente improfícuos.
“A concentração mental é consciente, diz o Mestre, a paixão e seus análogos são inconscientes”.
Como todos os gérmens, que agem pela contaminação do respectivo ambiente, o gérmen pensamento age contaminando a mente humana.
Daí a regra consagrada, isto é, a asserção de que todo o germe pensamento positivo, emitido conscientemente, por quem possua uma certa cultura mental, pode destruir o germe pensamento negativo, inconscientemente emitido e causa, muitas das vezes, a desarmonia funcional do organismo, a enfermidade.
Ninguém, hoje em dia, abalançar-se-á a contestar a realidade da força pensamento, o dinamismo mental.
Depois dos inúmeros fatos, universalmente observados sob o rigor dos mais severos métodos científicos, nega-los seria das mostras de absoluta ignorância.
A transmissão do pensamento, produzida pela exclusiva vibração da glândula pineal, foi conhecida e praticada pelos povos da América pré-colombiana, da Ásia, da África e da Europa e de todas as regiões do mundo que a ela se referem.
Os nossos pajés dela se utilizavam para a obtenção das suas curas à distância.
No seu livro The Law of Psychic Phenomena, o Dr. Thompson Hudson, trata do assunto de modo a não deixar a menor dúvida.
Não quero terminar, sem referir-me, embora muito rapidamente, às moléstias e ao medo.
As moléstias, na sua maioria, originam-se da desarmonia do andamento ou frases que devem presidir os fenômenos biológicos ou fisiológicos, indispensáveis à euritmia orgânica.
As vibrações mentais modificam-lhes o ritmo e a periodicidade e, portanto, assim como podem produzir um benéfico equilíbrio, podem, por sua vez, determinar um maléfico e perigoso desequilíbrio.
O pensamento mata e o pensamento cura. Por sugestão ou auto-sugestão, desta ou daquela maneira, mas, os fatos ali estão a demostrar a realidade.
O medo é um veneno psíquico. Um tóxico mental. Apassiva o indivíduo. Destroi-lhe a personalidade. Um tímido, um medroso é um eterno paciente, incapaz de uma vontade e de um pensamento próprio. É uma sombra. Um ser inteiramente dominado pelo arbítrio dos outros. Vive a atrair e a refletir ondas de pensamento que tanto podem ser benéficas como maléficas a integridade funcional do seu organismo.
É preciso reagir contra o medo. Adquirir energia, confiança própria, força de vontade, conquistar, em suma, a absoluta tranqüilidade mental, primeiro passo no caminho do discípulo.
Domingos Magarinos (Gnose agosto 1936)
2 comentários:
http://youtu.be/EIXKFSJwC8w
Obrigada por todo carinho que sempre está a minha disposição, aos colaboradores sinceros que veem em nós a IRMÃNDADE da INICIAÇÃO...
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