sexta-feira, 29 de março de 2013

ostaraO estudo da Mecânica Celeste, como se sabe, abrange a parte da astronomia que se ocupa da observação e determinação do movimento dos astros. E foi o físico e matemático inglês Isaac Newton [1642 - 1727] que, ao enunciar a lei da gravitação universal, contribuiu para se ampliar o interesse pelo estudo dos fenômenos do céu.

O nosso planeta, ou a Nave Terra, além da rotação, isto é, girar em torno de si mesmo, gira em torno da estrela Sol descrevendo uma eclíptica,  ou órbita, que se conhece pelo nome de translação. O primeiro movimento determina o tempo e o ritmo dos dias, e o segundo,  a ocorrência, entre muitas outras configurações, dos anos, equinócios e solstícios.

No dia 20 do mês de março, o Sol ingressou no signo de Áries. Esse instante, no hemisfério norte, marca o início da primavera; e no hemisfério sul o do outono. É uma das data em que o Sol,  cortando o equador celeste, determina uma igualdade de duração de tempo para o dia e a noite.

As lendas e tradições dos povos do chamado período helenístico [influência da cultura grega], estão muito associadas à atividade humana, especialmente a agrícola. Procurando manter-se sempre em harmonia com as leis da Natureza e do Cosmos, nossos antepassados, frente a tais fenômenos, celebravam festas e ritos apropriados à ocasião, e adotaram, ao norte do equador, o equinócio da primavera como data para o início do Ano Novo Solar. Aliás, a constelação de Áries, primeira do Zodíaco e facilmente localizável no céu, já era conhecida pelos babilônios. Cerca de 2.500 anos a.C., diante da freqüência de tais fenômenos, eles fixaram o início do ano, justamente, nessa época.

O calendário romano, antes da reforma determinada por  Júlio César [101 - 44 a.C], tinha início no mês de março. Este calendário, ou  Juliano, em data bem posterior [1582] foi revisto e atualizado pelo gregoriano, que é usado até hoje em quase todos os países do mundo.

No entanto, um grande número de sociedades esotéricas, entre elas incluindo-se a Fraternitas Rosicruciana Antiqua, fundada por Huiracocha, mantêm a multimilenar tradição de comemorar o Ano Novo no mês de março, ocasião em que tomam deliberações para o período seguinte, elegem e consagram novos dirigentes que, em singular cerimônia, assumem o compromisso de manter os elevados ideais da Ordem, bem como o de servir altruisticamente à humanidade.

Na primavera, o movimento aparente do Sol é indicado como um novo nascimento. Nesse período parece que a vida se renova na Terra, pois recebe novas e mais poderosas energias transmitidas pelos raios solares e os benefícios adicionais gerados pela posição harmônica dos planetas que compõem o sistema heliocêntrico.

"Ostara" (imagem acima), entre os antigos povos escandinavos, era a deusa da primavera. Considerada como símbolo da ressurreição de toda a Natureza, era ardorosamente cultuada no início da estação das flores. Em homenagem à deusa, adotaram o costume de promover a troca de ovos coloridos, chamados de "ovos de Ostara", como emblema de renovação da vida. Essa pratica, mais tarde, foi adotada nas comemorações da Páscoa cristã, com o mesmo significado.

O cristianismo, ao celebrar a Páscoa dias após o equinócio da primavera, tem por objetivo a identificação do ressurgimento do vigor da Natureza com a Ressurreição de Jesus, o Salvador, enquanto a comunidade judaica, nessa mesma época, comemora a festa da colheita da cevada e a festa da  liberdade, em memória da redenção dos escravos israelitas do jugo egípcio.

Para os hebreus, o regozijo do equinócio, ou da Páscoa, tem um nítido significado de memorial, pois deve marcar o início de uma nova era, ou o tempo da libertação, com o inicio de uma nova vida, conforme relato no segundo Livro do Antigo Testamento [Êxodo 12:1-14].

Em Mateus, no capítulo 24:30

“...então aparecerá no Céu o sinal do Filho do Homem” (entrada em Aquário)

Seria o caso de perguntarmos: Que sinal seria esse?

Em primeiro lugar, é preciso que saibamos que a palavra sinal e signo tem o mesmo valor indicativo; sua tradução do grego por sinal foi mais “católica” do que devia, pois seu sentido real encerrava o de signo zodiacal, o que nos permitiria ler o versículo da seguinte forma:

....então aparecerá no Céu o signo do Filho do Homem.

E qual é o signo do filho do Homem?

Sabe-se que o Signo de Aquário é representado por um Homem que derrama, de seu cântaro, eflúvios espirituais (não água) sobre o planeta Terra. E isto pode ser perfeitamente entendido pela análise fria e científica do versículo, comparando-o com outra citação evangélica contida em:

Lucas 22: 7 a 13 e Marcos 14:12/16, onde lemos o seguinte:

“Ao entrardes na cidade encontrareis um homem com um cântaro d’água; segui-o até a casa em que ele entrar e dizei ao dono da casa: “O Mestre manda perguntar-te: onde é o aposento no qual hei de comer a páscoa com meus discípulos”.

Ele, então, vos mostrará um espaçoso cenáculo mobiliado. Ali fazei os preparativos.

Em Mateus (cap. 26. v. 17 e 18) este mesmo trecho aparece assim:

“No primeiro dia dos pães asmos, vieram os discípulos a Jesus e lhe perguntaram: Onde queres que te façamos os preparativos para comeres a páscoa? E Ele lhes respondeu: Ide à cidade Ter com certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa com os meus discípulos. E eles fizeram como Jesus lhes ordenara.”

Ora, sabemos que na época deste acontecimento evangélico, um representante do sexo masculino, ou seja um homem, não podia ser visto carregando um cântaro d’água, atividade exclusiva de mulheres, o que o Mestre Jesus não desconhecia. Portanto, o versículo e a ordem nele implícita, não podiam se referir a um fato mundano daquela época.

Estudado, entretanto a luz da Ciência Espiritual, podemos vislumbrar nele, um sentido oculto, que se manifesta como uma profecia, que se realiza nos dias em que estamos vivendo.

Senão vejamos: Neste capítulo do Evangelho fica claro os seguintes pontos:

a) o homem com um cântaro d’água refere-se à Ganimedes, o símbolo zodiacal da constelação de Aquário, representado por um homem com um cântaro no ombro, cujo conteúdo é derramado sobre a eclíptica solar.

b) A festa a ser comemorada é a Páscoa, ou Pessah, significando a comemoração da passagem pelo Mar vermelho realizada pelos Judeus, depois do cativeiro sob o jugo de Faraó.

c) Isto posto, podemos seguramente deduzir que a mensagem contida no ensinamento evangélico é a promessa de nova manifestação da energia Crística quando da passagem da Era de Peixes para a Era de Aquário, quando:

30....então aparecerá no Céu o signo do Filho do Homem.

Ele viria, num novo cenáculo, ou seja, em novas condições, comer a páscoa ou seja, festejar com os que foram salvos do jugo da ignorância, a nova etapa da jornada humana na face da terra, objetivando um outro tipo de progresso espiritual.

É importante notar, também, que tudo isto será realizado em Jerusalém. Jerusalém significa a Casa ou Cidade da Paz, condição imprescindível a ser instaurada na Terra para esta manifestação, possa ocorrer durante a Era de Aquário.

Da mesma forma que esses fatos históricos, ainda hoje celebrados de modo alvissareiro, e por certo muito significativos para o mundo ocidental, as ordens esotéricas, especialmente a Maçonaria e a Rosa-cruz, em consonância com os mitos e lendas religiosas, cultuam a morte e a ressurreição dos Heróis Solares e festejam, solenemente, a chegada do Equinócio Vernal em data mais ou menos coincidente com a simbólica morte de Cristo, o Sol Invictus.

Os episódios lembrados durante o transcurso do Ano Novo Rosa-cruz, ao serem examinados sob o ponto de vista do equilíbrio e da harmonia cósmica, da união consciente do homem com a natureza, deverão contribuir para que o Adepto possa, convicto dos postulados do Código de Vida que abraçou, meditar e compreender, com extrema alegria, que a saúde física do corpo, sempre revitalizada, é de fundamental importância para a transmutação de ideias velhas em novos e mais proveitosos conceitos sobre o significado de sua vida. ∆

1 comentários:

Luz*Beija-flor disse...

Obrigada!

Tradutor

Tecnologia do Blogger.

Seguidores